Das vezes que cedi o meu lar para hospedar gatos que ficariam temporariamente aqui até irem para seus futuros lares, essa foi a vez mais dolorida.
Foi lindo receber Madeleine gravidinha, ver os bebês rescém nascidos, a passagem de cada dia cheia de descobertas. Cada dia uma novidade: as orelhinhas e os olhinhos abrindo, eles titubeantes caminhando, descobrindo o mundo, a mamãe estimulando e se doando, a caixinha de areia, a raçãozinha, e uma infinidade de brincadeiras... Madeleine chamando todos para mamarem, buscando um por um para perto de si. Tudo isso arrancou da Rafaela e de mim muitos suspiros apaixonados. Muitas gargalhadas vieram com as peraltices deles. Foi a fase mais feliz da hospedagem.
Mas chegou, inevitavelmente o momento deles irem para suas novas casas.
Primeiro foi o Juliano, hoje foram as meninas: Carol, Gabi e Flor. Só estão Madeleine e Dustin no quarto, e é duro ver que ela busca os bebês, procurando, procurando. Deita, levanta, vasculha e volta a deitar.
O meu coração ficou pequenino, nó na garganta, mas ao mesmo tempo aliviada pois TODOS os adotantes são pessoas maravilhosas, que proporcionarão uma vida digna aos "meus" bebezinhos.
Que levem com eles muita alegria para suas novas casas, que tenham vida longa e sejam muito saudáveis e amados.
Ja passei por isso algumas vezes na vida.
ResponderExcluirA penultima vez (e a mais dolorida), foi com os balalaicos. Ficaram comigo a mamae Balalai, o filhote que fiz o parto Flocker, e depois, retornou apos dez meses o meu preferido e amado MiniMim. Eu sei o quanto doi. Me lembro da Balalai procurando os babies e "dizendo" com seu miado rouco, olhando para mim com seus olhos azuis, cheios de aflição: "cade meus babies papis". Muito chorei, muito fiquei sem ar com o peito apertado, querendo todos para mim, tamanho era meu amor. E agora choro aqui com voce, de amor, de odio e frustracao. Tudo porque o mundo nao é como eu quero, somente amor, vida e felicidade. Havera um dia, talvez, em que poderemos viver rodeados para sempre de tao belas criaturas. Deve ser o que os crentes e religiosos chamam de vida eterna, Nirvana, juizo final, estas coisas. E se tem uma pessoa que nao tem medo do juizo final... esta pessoa sou eu. E olha Marilia, que te amo tanto, nao deverias ter, pois pessoas como tu, nao tem nada a temer diante de deuses fracos e impotentes se comparados de perto com nosso amor por estas vidas inocentes, especialmente se compararmos a nossa dedicacao a deles com este mundo imperfeito. Nao fossem os animais, este mundo poderia deixar de existir imediatamente, que ninguem ia sentir falta. Nao faria mal a ninguem. Mas... vamos deixar como esta, pois mesmo com as mazelas e as dores que outrora sentimos e agora tu sentes, ainda é um lugar belo para se viver... afinal... eu ouço Miaus, eu vejo gatos, eu ouço os gatos e aprendo a entender a mais bela criatura ja feita pelo deus de voces.
Beijo no coração. Se eu nao estivesse tao mal dos olhos agora, eu ia de carro ai te dar um abraço, como era o nosso planejamento.
Abraço forte de André e Marjorie.
Que coisa mais linda essa familia. Parabéns.
ResponderExcluirAi, eu passo sempre por isso... É sempre muito triste por um lado - a despedida; e alegre por outro - um lar para pequenos que certamente cresceriam nas ruas (se conseguissem).
ResponderExcluirBeijão = )