Para tudo tem dia nessa vida! Hoje, 26 de julho, dia dos avós.
Eu conheci três dos meus quatro avós.
O Vô Júlio, pai da minha mãe, faleceu quando ela tinha apenas 40 dias, no dia em que o Brasil perdeu a Copa pro Uruguai no Maracanã. Lembranças? Muito poucas, exceto as fotos e o que minha mãe falava de vez em quando. Sei que foi subdelegado de um distrito de Nova Prata, e ao retornar com um preso no jipe, esse sacou a arma dele e atirou no pescoço de meu avô. Ficou enfermo um tempo vindo a falecer depois. Até que esteve vivo, eles viviam bem.
A Vó Ely não foi o que se pode chamar de vovó tradicional. Ela tinha um jeito peculiar de acolher, sempre ficava com a gente quando a mãe precisava, mas a impressão que eu tinha era que ela não era dada a muito abraço, muito colo. Foi a que viveu mais, acredito que por ser uma pessoa despreocupada com a "pequenezas" deste mundo. Faleceu aos 96 anos de idade e minha mãe sofre essa perda demais, até hoje.
Vô Primo faleceu quando eu completei 15 anos. Eu simplesmente adorava ele. Tudo o que ele dizia era importante e eu adorava escutá-lo. Tinha o olho azul profundo e um cabelo branquinho. Queria que ele tivesse vivido mais tempo e pudesse ter conhecido a Rafaela.
Vó Elvira era um doce. Falava baixinho, sempre querendo nos dar o que comer... achava que quanto mais gordinho mais saudável, apesar dela mesma ser magérrima, super frágil. Trabalhou muito, até adoecer. Sempre! Ela fazia o pão mais cheiroso do mundo, docinho, uma delícia. Podia ser que a comida dela não fosse o supra sumo, mas para mim tudo era bom. Eu adorava ir ficar com ela. Paz, era isso que eu sentia junto dela.
...
No meu ponto de vista, todos os dias são dias dos avós. Eles deveriam ter todos os regalos desse mundo.
Eles já tiveram sua cota de noites mal dormidas, de idas e vindas ao médico por causa de seus filhos, suas contas dilapidadas para fazer seus rebentos se formarem, crescerem e darem conta de si mesmos...
Porém, hoje, eu venho homenagear, além dos avós que podem curtir sua melhor idade, sem maiores incômodos, aqueles avós que continuam sofrendo, se estressando, cuidando agora dos seus netos como se fossem os pais deles.
Pais de filhos negligentes que os deixam cuidando de seus rebentos, enquanto vão curtir a balada, vão viver como se a vida não tivesse limites, perpetuando uma série de obrigações que seriam deles, passando-as aos seus pais.
E homenageio aqueles avós que foram esquecidos, largados, sem ninguém por eles, sozinhos, com suas lembranças... quando muito em um asilo.
Queria que o mundo fosse diferente, que as pessoas realmente se importassem, dessem carinho aos idosos que no final da sua caminhada são deixados de lado, como pesos, fardos a serem carregados.
Um beijo de todo o coração para todos os avós do mundo.
...
E estejam onde estiverem, vô Júlio, vó Ely, vó Elvira e vô Primo, um dia estaremos juntos!
Amor,
sua neta Marilia
Eu conheci três dos meus quatro avós.
O Vô Júlio, pai da minha mãe, faleceu quando ela tinha apenas 40 dias, no dia em que o Brasil perdeu a Copa pro Uruguai no Maracanã. Lembranças? Muito poucas, exceto as fotos e o que minha mãe falava de vez em quando. Sei que foi subdelegado de um distrito de Nova Prata, e ao retornar com um preso no jipe, esse sacou a arma dele e atirou no pescoço de meu avô. Ficou enfermo um tempo vindo a falecer depois. Até que esteve vivo, eles viviam bem.
A Vó Ely não foi o que se pode chamar de vovó tradicional. Ela tinha um jeito peculiar de acolher, sempre ficava com a gente quando a mãe precisava, mas a impressão que eu tinha era que ela não era dada a muito abraço, muito colo. Foi a que viveu mais, acredito que por ser uma pessoa despreocupada com a "pequenezas" deste mundo. Faleceu aos 96 anos de idade e minha mãe sofre essa perda demais, até hoje.
Vô Primo faleceu quando eu completei 15 anos. Eu simplesmente adorava ele. Tudo o que ele dizia era importante e eu adorava escutá-lo. Tinha o olho azul profundo e um cabelo branquinho. Queria que ele tivesse vivido mais tempo e pudesse ter conhecido a Rafaela.
Vó Elvira era um doce. Falava baixinho, sempre querendo nos dar o que comer... achava que quanto mais gordinho mais saudável, apesar dela mesma ser magérrima, super frágil. Trabalhou muito, até adoecer. Sempre! Ela fazia o pão mais cheiroso do mundo, docinho, uma delícia. Podia ser que a comida dela não fosse o supra sumo, mas para mim tudo era bom. Eu adorava ir ficar com ela. Paz, era isso que eu sentia junto dela.
...
No meu ponto de vista, todos os dias são dias dos avós. Eles deveriam ter todos os regalos desse mundo.
Eles já tiveram sua cota de noites mal dormidas, de idas e vindas ao médico por causa de seus filhos, suas contas dilapidadas para fazer seus rebentos se formarem, crescerem e darem conta de si mesmos...
Porém, hoje, eu venho homenagear, além dos avós que podem curtir sua melhor idade, sem maiores incômodos, aqueles avós que continuam sofrendo, se estressando, cuidando agora dos seus netos como se fossem os pais deles.
Pais de filhos negligentes que os deixam cuidando de seus rebentos, enquanto vão curtir a balada, vão viver como se a vida não tivesse limites, perpetuando uma série de obrigações que seriam deles, passando-as aos seus pais.
E homenageio aqueles avós que foram esquecidos, largados, sem ninguém por eles, sozinhos, com suas lembranças... quando muito em um asilo.
Queria que o mundo fosse diferente, que as pessoas realmente se importassem, dessem carinho aos idosos que no final da sua caminhada são deixados de lado, como pesos, fardos a serem carregados.
Um beijo de todo o coração para todos os avós do mundo.
...
E estejam onde estiverem, vô Júlio, vó Ely, vó Elvira e vô Primo, um dia estaremos juntos!
Amor,
sua neta Marilia
Fotos - Na primeira, nos meus 15 anos, com a vó Ely e a vó Elvira (de luto). E embaixo, minha vó Ely com a Rafaela no colo.
[English]
[English]
Grandparents' Day
To have all day in this life! Today, July 26, day of the grandparents.
I met three of my four grandparents.
The Grandpa Julius, my mother's father died when she was only 40 days, the day that Brazil lost the World Cup to Uruguay at the Maracana. Memories? Very few, except the pictures and what my mother talked on occasion. I know it was a deputy district Nova Prata, and return with a prisoner in the jeep, that drew his gun and shot in the neck of my grandfather. He was sick one time and died later. Until he was alive, they lived well.
The Grandma Ely was not what you might call traditional grandma. She had a peculiar way of welcome, always stood with us when her mother needed, but the impression I had was that she was not given a hug very, very lap. Was the one that lived longer believe that because a person unconcerned with the "little" of this world. Died at 96 years old and my mother suffers from this loss too, until today.
The Grandpa Primo died when I turned 15 years. I just loved it. All he said was important and I loved to hear him. He had deep blue eye and one white boy hair. I wish he had lived longer and could have known Rafaela.
The Grandma Elvira was a sweet grandma. He spoke softly, always wanting to give us something to eat ... thought that the more chubby healthier, though she herself be rail thin, super fragile. Worked great, until becoming ill. Always! She made the bread in the world more fragrant, sweet, delicious. Could it be that her food was not above the juice, but for me it was good. I loved going to stick with it. Peace was what I felt with her.
...
In my view, all days are days of grandparents. They should have all the treats of this world.
They have had their share of sleepless nights, back and forth to the doctor for their children, their accounts to make their dilapidated shoots to form, grow and give account of themselves ...
But today, I come to honor, and of the grandmothers who can better enjoy their age, without major annoyances, those grandparents who continue to suffer, stressing that, now taking care of their grandchildren as if they were their parents.
Neglectful parents of children that leave them looking after their offspring, while they enjoy the club, will live as if life had no limits, perpetuating a series of obligations that would be them, moving them to their parents.
And I pay homage those grandparents who have been forgotten, dropped, with no one for them alone with your memories ... if only in an asylum.
I wish the world were different, that people really cared, they gave care to the elderly at the end of their journey are left aside, as weights, bales to be loaded.
A kiss with all my heart for all the grandparents in the world.
...
And wherever they are, Grandpa Julius, Ely grandmother, grandfather Primo and grandmother Elvira, one day be together!
Love,
granddaughter Marilia
Photos - At first, in my 15 years with the grandmother and grandmother Elvira Ely (mourning). And below, my grandma Ely with Rafaela in her lap.
To have all day in this life! Today, July 26, day of the grandparents.
I met three of my four grandparents.
The Grandpa Julius, my mother's father died when she was only 40 days, the day that Brazil lost the World Cup to Uruguay at the Maracana. Memories? Very few, except the pictures and what my mother talked on occasion. I know it was a deputy district Nova Prata, and return with a prisoner in the jeep, that drew his gun and shot in the neck of my grandfather. He was sick one time and died later. Until he was alive, they lived well.
The Grandma Ely was not what you might call traditional grandma. She had a peculiar way of welcome, always stood with us when her mother needed, but the impression I had was that she was not given a hug very, very lap. Was the one that lived longer believe that because a person unconcerned with the "little" of this world. Died at 96 years old and my mother suffers from this loss too, until today.
The Grandpa Primo died when I turned 15 years. I just loved it. All he said was important and I loved to hear him. He had deep blue eye and one white boy hair. I wish he had lived longer and could have known Rafaela.
The Grandma Elvira was a sweet grandma. He spoke softly, always wanting to give us something to eat ... thought that the more chubby healthier, though she herself be rail thin, super fragile. Worked great, until becoming ill. Always! She made the bread in the world more fragrant, sweet, delicious. Could it be that her food was not above the juice, but for me it was good. I loved going to stick with it. Peace was what I felt with her.
...
In my view, all days are days of grandparents. They should have all the treats of this world.
They have had their share of sleepless nights, back and forth to the doctor for their children, their accounts to make their dilapidated shoots to form, grow and give account of themselves ...
But today, I come to honor, and of the grandmothers who can better enjoy their age, without major annoyances, those grandparents who continue to suffer, stressing that, now taking care of their grandchildren as if they were their parents.
Neglectful parents of children that leave them looking after their offspring, while they enjoy the club, will live as if life had no limits, perpetuating a series of obligations that would be them, moving them to their parents.
And I pay homage those grandparents who have been forgotten, dropped, with no one for them alone with your memories ... if only in an asylum.
I wish the world were different, that people really cared, they gave care to the elderly at the end of their journey are left aside, as weights, bales to be loaded.
A kiss with all my heart for all the grandparents in the world.
...
And wherever they are, Grandpa Julius, Ely grandmother, grandfather Primo and grandmother Elvira, one day be together!
Love,
granddaughter Marilia
Photos - At first, in my 15 years with the grandmother and grandmother Elvira Ely (mourning). And below, my grandma Ely with Rafaela in her lap.
A lovely, tender tribute to your grandparents and to grandparents everywhere, sweet, lovely Marilia!...I only knew 1 grandfather/1 grandmother and they were very loving and wonderful; I loved them so much and still miss them so much (died in 1985/1995)...They are always with me in my heart; I still talk to them in my prayers....xo...J
ResponderExcluirYour blog about your grandparents was lovely - it is obvious you thought a lot of them.
ResponderExcluir